quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Friedrich Wilhelm Nietzsche - O homem com a visão sombria mas que tentou ser arauto da esperança.


Nascido no dia 15 de Outubro de 1844 na pequena cidade de Röcken, na Prússia, Friedrich Wilhelm Nietzsche era o primogênito de Karl Ludwing e Franziska Oehler, descendentes de família protestante, sendo seu pai um pastor luterano. O casal ainda teve mais dois filhos: Elizabeth e Joseph.
Em 1849, seu pai veio a falecer, vítima de uma queda. Poucos meses depois morreu o pequeno Joseph. A viúva Franziska mudou-se com as crianças para Naumburgo. Lá, Nietzsche começou seus estudos e, num colégio em regime de internato, dedicou grande parte do tempo ao estudo da teologia, pois queria ser pastor como seu pai. Em Outubro de 1864, entrou na Universidade de Bonn, para estudar teologia e filologia clássica, transferindo-se um ano depois para a Universidade de Leipzig, onde fundou a Sociedade Filológica de Leipzig. Chegou também a participar como enfermeiro voluntário da guerra franco-prussiana.
Contrariando o desejo de sua família, Nietzsche, após dedicar-se por muito tempo ao estudo das ciências bíblicas, abandonou a teologia, encaminhando-se ao ateísmo. Com apenas 24 anos de idade, foi nomeado professor de filologia clássica na Universidade da Basiléia, na Suíça, onde ficou amigo do famoso compositor Richard Wagner. Em 1873 surgem os primeiros problemas de saúde, numa vida marcada por desilusões amorosas, pouco contato com a família e até três tentativas de suicídio. Doente, em 1879, apresenta uma carta de demissão à Universidade e abraça uma vida errante, vivendo de uma modesta pensão anual.
Em vão, tentou se casar. Apaixonado por uma "jovem russa" que conhecera em 1882, teve seu pedido de casamento recusado. Pouco tempo depois Lou Salomé já estava casada com um dos melhores amigos do infeliz filósofo rejeitado.
Entre músicas, poemas, conferências, livros e apêndices, é muito grande o seu número de escritos. Como não possuíam uma seqüência lógica, optou por organizá-los em aforismos para publicação. O seu primeiro livro, "O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música", foi publicado em 1873 e agradou a muitos poucos. Por conseguinte, perdeu praticamente todos os seus alunos e foi excomungado do círculo dos filólogos.
Eis as obras mais conhecidas do pensador alemão: "Humano, Demasiadamente Humano" (1878), "Aurora" (1881), "A Gaia Ciência" (1882), "Assim Falou Zaratrusta" (1883), "Para-Além de Bem e Mal" (1885), "Genealogia da Moral" (1887), "Crepúsculo dos Ídolos" (1888), "O Anticristo" (1888) e sua autobiografia "Ecce Homo" (1888).
Durante muito tempo, ele mesmo arcava com as despesas de publicação dos seus livros, que enviava para as pessoas conhecidas, que não se interessavam. O reconhecimento só veio quando já estava quase no fim da vida.
Por tudo isso, Nietzsche passou a viver solitário, discriminado e inquieto, quando passou a escrever cartas consideradas estranhas, até ser internado na clínica psiquiátrica da Basiléia com paralisia progressiva do cérebro. Perdeu a razão, oficialmente, no início de 1889 e passou os últimos onze anos de sua vida tutelado pela família, vindo a falecer em Weimar, completamente alheio à realidade à sua volta, ao meio-dia de 25 de Agosto de 1900.
Neste período, desempenhou um papel importantíssimo a irmã do adoentado pensador, Elizabeth Föster-Nietzsche, que através de trâmites judiciários, recebeu a custódia de todos os seus escritos. Ela elaborou uma nova edição das obras e divulgou o nome do irmão na imprensa, fazendo-o ídolo e ganhando muito dinheiro. Com a renda proveniente dos direitos autorais e das doações, criou em Weimar os Arquivos Nietzsche, sendo posteriormente visitada pelo próprio Hitler e enterrada com honras nacionais quando finalmente também desencarnou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário