quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Resenha Crítica feita pelo grupo.


Umas das principais coisas a qual Nietzsche gostava de escrever era sobre a religião, a fé ‘cega’ que a sociedade tem em um ser maior, Deus. E baseada nessa fé, vive de uma maneira muitas fezes crua e piedosa, se martirizando como diz em um outro trecho de sua obra ele diz: “(...) Ele deve buscá-la em si mesmo, em uma culpa, um pecado de passado, ele deve entender seu sofrimento mesmo como uma punição”. Quando ele coloca em pauta os judeus, criticando estes por se dizerem fieis a Deus e a bondade, e que mesmo assim acabam cometendo o ato de vingança que vai totalmente contra o que diziam acreditar, nos faz pensar que a fé não é tão boa assim, e que nem sempre seguir ‘as regras’ é a melhor opção.
Nietzsche acreditava que a fé corrompia o ser humano, o tornava mais fraco, vulnerável, e até menos livre, ou seja, quem seguia piamente a fé estava preso a ela.
Comparando os judeus, com os religiosos (tanto católicos quanto protestantes) de hoje, vemos que praticamente nada mudou. Pregam a compaixão e o perdão, mas muitas vezes em suas vidas pessoais cometem atos que vão totalmente contra isso. Assim, a sociedade vive em ‘duas faces’, o que nos leva a outro ponto, viver de duas maneiras diferentes acaba tornando uma dessas vidas mentira, e isso vai novamente contra as regras da fé.
Com a globalização e os avanços tecnológicos, a ciência tomou mais destaque que a própria religião, e fez descobertas incríveis e avassaladoras sobre o próprio Cristo, criticando até mesmo a sua existência. Nietzsche se perguntava como a sociedade ainda era piamente cega a um ser superior, que apenas sabiam da existência através da Bíblia, que não passa de um livro escrito por homens que diziam ter vivido junto a este. Será que séculos se passaram e o mundo viveu uma grande mentira? Será que a religião que tanto rege as pessoas se baseia em uma farsa? Difícil responder.
Portanto, podemos dizer que nem sempre é melhor ir pelo caminho da fé, as vezes a razão é que mostra a melhor das soluções. As vezes cometer um ato impiedoso abre portas para a liberdade, talvez somente através dessas ações que a sociedade perceba qual o caminho que realmente deve ser seguido.

"Deveria eu ter nascido grego?" - diz Nietzsche.


Antigüidade clássica grega
Encontrava assim como na filosofia o papel central da experiência estética. Como grande admirador da Antigüidade, principalmente da cultura clássica grega, o filósofo não aceitava a separação entre o corpo e o espírito. Tampouco dissociava, em seus textos, pensamento e vida. Como dizia Nietzsche: "Os modos de vida inspiram as maneiras de pensar e os modos de pensar criam maneiras de viver". Por diversas vezes, Nietzsche enaltece a antiguidade clássica, isto é, os gregos e os romanos e, adotando uma postura similar a dos românticos.  Nietzsche chega até mesmo a se perguntar se ele não seria um grego.
Mas há uma importante peculiaridade no emprego da extemporaneidade nesse momento. A esse respeito de, A gaia ciência é esclarecedor. Nessa oportunidade, Nietzsche especula sobre a existência de um homem “leve” o bastante “a fim de levar sua vontade de conhecimento” acima de seu tempo, um homem com “olhos que abarcam milênios”, um homem, enfim, que para “avistar as supremas medidas de valor de seu tempo, necessita antes ‘superar’ em si próprio esse tempo” sem, no entanto, ser esse impulso uma conseqüência de uma aversão a esse tempo. Portanto, nessa passagem a extemporaneidade não está ligada à negação, que é a marca do romantismo, mas à afirmação, e é desde essa perspectiva que o retorno aos antigos, manifestamente os gregos, não configura uma contradição no pensamento nietzschiano. Em outras palavras, repetir os gregos significa repetir os seus valores afirmativos, isto é, incorporar o elemento dionisíaco.
Eis aí a grande originalidade do classicismo em Nietzsche quando comparado com o classicismo de Goethe. O “clássico” em Goethe, dirá Nietzsche, “não somente deixa de explicar o elemento dionisíaco, mas o exclui”. Em contrapartida, o dionisíaco, ou o pessimismo dionisíaco, é o desdobramento do pessimismo clássico na filosofia nietzschiana. Ao ignorar o dionisíaco, Goethe não conseguiu compreender os gregos, ele não soube reconhecer que “somente nos mistérios dionisíacos, na psicologia do estado dionisíaco, se expressa o fato fundamental do instinto helênico- sua ‘vontade de vida’, e que isso garantia aos helenos a “vida eterna, o eterno retorno da vida; o futuro, prometido e consagrado no passado; o triunfante Sim à vida, acima da morte e da mudança”.
Portanto, a repetição da antiguidade entendida enquanto a assimilação do dionisíaco dissolve a negatividade que persistia na concepção de extemporaneidade concebida pelo jovem Nietzsche, ainda muito próxima ao romantismo. Nietzsche encontra no passado o valor afirmativo do agora que é já vir a ser. Relativizando os modos temporais, a extemporaneidade se torna a porta de entrada para a eternidade, tal como para os gregos.

O texto que fez do filósofo Nietzsche o repercussor da opinião religiosa de muitas pessoas na sociedade moderna.


“Os judeus, aquele povo de sacerdotes que soube desforrar-se de seus inimigos e conquistadores apenas através de uma radical tresvaloração dos valores deles, ou seja, por um ato da mais espiritual vingança. Assim convinha a um povo sacerdotal, o povo da mais entranhada sede de vingança sacerdotal. Foram os judeus que com apavorante coerência, ousaram inverter a equação de valores aristocrática (bom = nobre = poderoso = belo = feliz = caro aos deuses), e com unhas e dentes (os dentes do ódio mais fundo, o ódio impotente) se apegaram a esta inversão, a saber, ‘os miseráveis somente são os bons, apenas os pobres, impotentes, baixos são bons, os sofredores, necessitados, feios, doentes são os únicos beatos, os únicos abençoados, unicamente para eles há bem-aventurança – mas para vocês, nobres e poderosos, vocês serão por toda a eternidade os maus, os cruéis, os lascivos, os insaciáveis, os ímpios, serão também eternamente os desventurados, malditos e danados”. (NIETZSCHE. 2005. p. 25-26. Afor 7. § 1).

Teorias que fizeram de educador Nietzsche, o GRANDE Nietzsche.

Principais teorias
TEORIA DO ESTADO - Em sua teoria do Estado, Friedrich Nietzsche demonstra-se contrário à democracia moderna, destacando que esta representa a supervalorização da igualdade e, neste sentido, impede o crescimento de grandes homens que promovam o progresso da cultura e da humanidade. Nietzsche propõe uma forma de superar o movimento democrático de modo que a cultura será reconstruída sob um novo modelo, que não esteja centrado nos valores dos escravos (povo), mas nos valores dos homens excepcionais.
DEMOCRACIA E PROGRESSO DA CULTURA - Segundo Nietzsche, todas as ideologias democráticas (inclusive socialistas, liberais, etc) têm um ponto em comum: a sua base é fundada no cristianismo, na medida em que, sendo humanistas, pregam a igualdade dos homens. Enquanto o cristianismo ressalta que todos são iguais perante Deus, os modernos somente substituem Deus pelo Estado. Permanece, então, o sentimento de igualdade que se originou no cristianismo e se irradiou por todas as doutrinas democráticas.

A RELAÇÃO ENTRE GOVERNANTES E GOVERNADOS - O governo sempre foi superior ao povo, dando-lhes as direções a seguir. Se o governo se parece e corresponde aos anseios do povo, ele perde a sua capacidade de liderança e de guia do processo civilizatório. Mais precisamente, o governo não deve e não pode refletir a vontade do povo, sob pena de se tornar uma instância inferior e submetida a este. Esta idéia de Nietzsche é conflitiva com todos os teóricos democráticos, principalmente Rousseau e Marx. O governo que é governado pelos governados deixa de criar condições para o surgimento dos grandes homens, prejudicando a cultura pois, como vimos, a cultura da massa é medíocre e sufoca o aparecimento dos grandes homens.

TEORIA DA VERDADE - A teoria de Nietzsche da verdade renova a teoria dos sofistas, pois para Nietzsche não existe uma verdade absoluta.

ETERNO RETORNO - A pergunta que o conceito do Eterno Retorno nos faz é: ‘amamos ou não amamos a vida?’ Se tudo retorna – o prazer, a dor, a angústia, a guerra, a paz, a grandeza — se tudo torna, isto é um dom divino ou uma maldição?"
                     Amamos a vida a tal ponto de a querermos, mesmo que tivéssemos que vivê-la infinitas vezes sem fim? Sofrendo e gozando da mesma forma e com a mesma intensidade? Seríamos capazes de amarmos a vida que temos – a única vida que temos – a ponto de querermos vivê-la tal e qual ela é, sem a menor alteração, infinitas vezes ao longo da eternidade? Temos tal amor ao nosso destino? – Eis a grande indagação que é o Eterno Retorno.

Filosofia - o futuro de Nietzsche


Filosofia
Filosofar é um ato que se enraíza na vida e um exercício de liberdade. O compromisso com a autenticidade da reflexão exige vigilância crítica permanente, que denuncia como impostura qualquer forma de mistificação intelectual. Nietzsche é o pensador de nossas angústias, que não poupou nenhuma certeza estabelecida - sobretudo as suas próprias convicções– e desvendou os mais sinistros labirintos da alma moderna. Com a paixão que liga a vida ao pensamento, Nietzsche refletiu sobre todos os problemas cruciais da cultura moderna, sobre as perplexidades, os desafios e as vertigens.
Opositor ferrenho da dialética socrática, Nietzsche reedita, no mundo moderno, o gesto irônico do pai fundador da filosofia ocidental. Decisivo adversário de Platão, buscava uma filosofia pudesse ser caracterizada como uma inversão paródica do platonismo. Nietzsche, o filósofo-artista, um poeta que só acreditava numa filosofia que fosse expressão das vivências genuínas e pessoais, vendo na experiência estética uma espécie de êxtase e redenção, é, por isso mesmo, um precursor da crítica a um tipo de racionalidade meramente técnica, fria e planificadora.
"A máxima ‘tornar-se aquilo que se é’ orienta seu pensamento”. Na filosofia, Nietzsche encontrava o papel central da experiência estética, analisava a origem e a função dos valores na vida e na cultura e propunha-se a achar que compaixão, humildade, ressentimento e ascetismo teriam, então, constrangido a vontade de potência, que seria o princípio de toda a vida.

Homem de interesses voltados à sabedoria.


Música
Já adulto Nietzsche veio a ser um dos mestres da literatura alemã e continuou a sentir uma paixão profunda pela música. Nessa época, o filósofo tinha Platão e Ésquilo como seus autores clássicos favoritos. Compondo poemas e música, fundou com alguns amigos uma agremiação literária denominada Germânia. Mas foi na universidade que Nietzsche, como aluno, passou a tratar das relações entre a música e a tragédia grega. Em Leipzig, escreve ele: “três coisas constituem para mim uma consolação: o meu Schopenhauer, a música de Schumann e, ultimamente os meus passeios solitários”.
Seu primeiro livro O nascimento da tragédia no Espírito da Música, escrito em 1871, foi reeditado em 1886 com o título, O nascimento da tragédia, ou Helenismo ou Pessimismo, obra com fortes influências do filósofo Arthur Schopenhauer e do compositor Richard Wagner. A obra traz a concepção que Nietzsche tinha da tragédia baseada numa visão fundamentalmente nova da Grécia, ou seja, o sentimento trágico da vida é antes a aceitação e celebração dessa, a jubilosa adesão ao horrível e ao medonho, à morte e ao declínio. Ao resgatar o valor do homem trágico grego, Nietzsche elege a música e seus significados para a afirmação da vida: amor, liberdade, fatalismo e morte.
Na juventude, Nietzsche identifica-se de imediato com a filosofia da música do compositor Richard Wagner, quando este redige, em 1870, um escrito em homenagem ao centenário de Beethoven. Passa a acreditar no drama musical wagneriano enquanto possibilidade de uma reforma e revolução na cultura a partir da criação artística. A tragédia não seria o desprezo da existência e sim uma afirmação contrária à cultura metafísica cristã-platônica, a qual padecia a cultura ocidental. Pensa o filósofo ser a música de Wagner o meio ideal para esse fim. Assim, em 1872, Nietzsche escreve seu primeiro livro O nascimento da tragédia. O jovem Nietzsche afirmava que a união das artes, e em particular das imagens míticas representadas no palco, é necessária para tornar suportável a força destrutiva da música pura que, de outro modo, provocaria a destruição do indivíduo ou dos princípios individuais – tempo, espaço e causalidade. Destacará dois pontos – ou duas idéias – na sua argumentação. A primeira idéia é buscar a origem, a composição e a finalidade da arte trágica grega. Para isso, ele investigará a antítese entre dionisíaco e apolíneo. Na segunda idéia, Nietzsche denuncia a morte da arte trágica perpetrada por Eurípedes, homem teórico e racional que remete ao poeta e ao artista explicações racionais baseadas nos preceitos socráticos.
Expressando a força existente nos mitos e o papel da música, encarnada no coro, Nietzsche destaca quais importantes funções desempenhavam as tragédias gregas. Sua obra faz uma análise profunda sobre a cultura grega, ressaltando a conexão entre o sentido do trágico e a expressão musicalmente vigorosa da visão mítica. Para o filósofo, o que torna a arte trágica possível é a música e ele busca a valorização da música para pensar a tragédia grega como uma arte fundamentalmente musical ou com origem no espírito da música. O mito trágico, enquanto símbolo sublime oriundo da música, arranca o ouvinte espectador de seu sonho de aniquilação orgiástico, fundindo-o à natureza, diluindo sua individualidade. Em sua analise, Nietzsche denuncia a percepção do valor íntimo do trágico, captável através da música conjugada à força plástica do mito. A música, enquanto arte essencialmente dionisíaca, é o meio para se desfazer da individualidade. Nesse caso, ela é acrescentada de componentes apolíneos – cena e palavra – e o coro dionisíaco se descarrega em um mundo apolíneo de imagens. O mito trágico, criado pelo coro, apresenta uma sabedoria dionisíaca através do aniquilamento do indivíduo heróico e de sua união com o ser primordial, o uno originário (vontade). A finalidade é “aceitar o sofrimento com alegria” como parte integrante da vida, uma vez que o aniquilamento do indivíduo nada afeta a essência da vida.

Principais Obras - Aquele que abalou as bases do pensamento filosófico.

Temos em Nietzsche um pensamento que abalou as bases do pensamento filosófico, como um filosofo preocupado com a condição do homem no presente, Nietzsche procurou entender como conceitos considerados como absolutos por uma metafísica crista, calcada em valores gregos, começa então um movimento de entender a perda de consistência dos valores absolutos, denunciando assim todas as formas de mistificação, destruindo assim os velhos ídolos e por fim, a tarefa de pensar novos valores, abrindo novos horizontes para a experiência humana. Colocando em etapas, Nietzsche começa destruindo a base desses valores absolutos, a metafísica platônica, que acreditava existir um bem absoluto e imutável, essencial.Nietzsche, ao colocar a questão da morte de Deus, permite pensar a verdade não mais em termos absolutos, mas sim como uma construção, bem como os conceitos de bem e mal, justo e injusto, etc. Podemos discernir então três etapas do pensamento nietzscheano, mas sempre pensando certos temas com a mesma intensidade, mudando somente o enfoque e o apoio que Nietzsche usa. Na primeira fase, podemos perceber um Nietzsche preocupado com o destino da arte e cultura, influenciado por Schopenhauer e Wagner, procurava uma forma de arte livre da erudição e burocracia das artes do período, restaurando um senso trágico de arte, como uma tragédia grega, com uma postura ativa diante da existência. Decorre então, na vida de Nietzsche, uma ruptura com a metafísica do artista, um distanciamento da filosofia de Schopenhauer, uma desilusão quanto a obra de arte total, em suas obras seguintes, começando por Humano Demasiado Humano, percebe-se um rompimento com Schopenhauer e uma valorização do conhecimento cientifico como maneira de resolver os problemas que tanto lhe atormentavam, refinando assim sua habilidade de filólogo e de psicólogo e construindo assim seu método genealógico, como um método de explicação que dissolve o absoluto, o imutável. A partir de Assim Falou Zaratustra, começa por assim dizer a terceira fase do pensamento nietzscheano, pensamento esse marcado pelo aparecimento de conceitos, como alem-do-homem, vontade de poder e o eterno retorno, conceitos fundamentais para o entendimento da obra de Nietzsche. Zaratustra, escrito como um evangelho, escrito em linguagem belíssima e cheia de figuras de linguagem e recursos lingüísticos, não obteve a recepção esperada, para tanto, Nietzsche escreveu Para Alem do Bem e do Mal, acompanhado de Para Genealogia da Moral como uma tentativa de explicação para os termos utilizados em Zaratustra, negando todo positivismo como forma de explicação dos fenômenos da natureza, restando somente a vontade de poder como forma de explicação.

Friedrich Wilhelm Nietzsche - O homem com a visão sombria mas que tentou ser arauto da esperança.


Nascido no dia 15 de Outubro de 1844 na pequena cidade de Röcken, na Prússia, Friedrich Wilhelm Nietzsche era o primogênito de Karl Ludwing e Franziska Oehler, descendentes de família protestante, sendo seu pai um pastor luterano. O casal ainda teve mais dois filhos: Elizabeth e Joseph.
Em 1849, seu pai veio a falecer, vítima de uma queda. Poucos meses depois morreu o pequeno Joseph. A viúva Franziska mudou-se com as crianças para Naumburgo. Lá, Nietzsche começou seus estudos e, num colégio em regime de internato, dedicou grande parte do tempo ao estudo da teologia, pois queria ser pastor como seu pai. Em Outubro de 1864, entrou na Universidade de Bonn, para estudar teologia e filologia clássica, transferindo-se um ano depois para a Universidade de Leipzig, onde fundou a Sociedade Filológica de Leipzig. Chegou também a participar como enfermeiro voluntário da guerra franco-prussiana.
Contrariando o desejo de sua família, Nietzsche, após dedicar-se por muito tempo ao estudo das ciências bíblicas, abandonou a teologia, encaminhando-se ao ateísmo. Com apenas 24 anos de idade, foi nomeado professor de filologia clássica na Universidade da Basiléia, na Suíça, onde ficou amigo do famoso compositor Richard Wagner. Em 1873 surgem os primeiros problemas de saúde, numa vida marcada por desilusões amorosas, pouco contato com a família e até três tentativas de suicídio. Doente, em 1879, apresenta uma carta de demissão à Universidade e abraça uma vida errante, vivendo de uma modesta pensão anual.
Em vão, tentou se casar. Apaixonado por uma "jovem russa" que conhecera em 1882, teve seu pedido de casamento recusado. Pouco tempo depois Lou Salomé já estava casada com um dos melhores amigos do infeliz filósofo rejeitado.
Entre músicas, poemas, conferências, livros e apêndices, é muito grande o seu número de escritos. Como não possuíam uma seqüência lógica, optou por organizá-los em aforismos para publicação. O seu primeiro livro, "O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música", foi publicado em 1873 e agradou a muitos poucos. Por conseguinte, perdeu praticamente todos os seus alunos e foi excomungado do círculo dos filólogos.
Eis as obras mais conhecidas do pensador alemão: "Humano, Demasiadamente Humano" (1878), "Aurora" (1881), "A Gaia Ciência" (1882), "Assim Falou Zaratrusta" (1883), "Para-Além de Bem e Mal" (1885), "Genealogia da Moral" (1887), "Crepúsculo dos Ídolos" (1888), "O Anticristo" (1888) e sua autobiografia "Ecce Homo" (1888).
Durante muito tempo, ele mesmo arcava com as despesas de publicação dos seus livros, que enviava para as pessoas conhecidas, que não se interessavam. O reconhecimento só veio quando já estava quase no fim da vida.
Por tudo isso, Nietzsche passou a viver solitário, discriminado e inquieto, quando passou a escrever cartas consideradas estranhas, até ser internado na clínica psiquiátrica da Basiléia com paralisia progressiva do cérebro. Perdeu a razão, oficialmente, no início de 1889 e passou os últimos onze anos de sua vida tutelado pela família, vindo a falecer em Weimar, completamente alheio à realidade à sua volta, ao meio-dia de 25 de Agosto de 1900.
Neste período, desempenhou um papel importantíssimo a irmã do adoentado pensador, Elizabeth Föster-Nietzsche, que através de trâmites judiciários, recebeu a custódia de todos os seus escritos. Ela elaborou uma nova edição das obras e divulgou o nome do irmão na imprensa, fazendo-o ídolo e ganhando muito dinheiro. Com a renda proveniente dos direitos autorais e das doações, criou em Weimar os Arquivos Nietzsche, sendo posteriormente visitada pelo próprio Hitler e enterrada com honras nacionais quando finalmente também desencarnou.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Personalidade e pensamento.


Enquanto alguns homens são apegados em demasia às suas crenças (numa verdadeira escravidão religiosa deturpadora do Cristianismo), outros são radicalmente contra o pensamento espiritualista e religioso em geral. Com efeito, conheceremos agora as principais passagens da vida de um polêmico pensador alemão: o professor de filologia (Estudo da língua em toda sua amplitude, e dos escritos que a documentam) Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900), que não só era céptico e materialista, como ainda se declarava totalmente adverso ao mais conhecido e venerado homem de toda a história da humanidade: Jesus de Nazaré - o Cristo.